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Interacções entre pares: contributos para a promoção do desenvolvimento lógio e do desempenho estatístico, no 7º ano de escolaridade

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Abstract(s)

A presente investigação centra-se no estudo das interacções entre pares, na sala de aula de Matemática, mais precisamente após a unidade curricular de Estatística do 7o ano de escolaridade ter sido leccionada. O problema em estudo é a compreensão dos progressos gerados quando os alunos trabalham em díade. quer em termos do desenvolvimento lógico quer dos desempenhos estatísticos. Partindo do problema orientador definiram-se como objectivos principais: (a) averiguar se os alunos, quando trabalham em díade, enquanto resolvem tarefas não-habituais de Estatística, revelam mais progressos no seu desenvolvimento lógico (Grupo Experimental) comparativamente a alunos que não experimentam esta forma de trabalho ou de tarefas (Grupo de Controlo); (b) verificar se os alunos, quando realizam tarefas não-habituais de Estatística (Grupo Experimental), revelam mais progressos entre o pré-teste e o pós-teste comparativamente a alunos que não experimentam esta forma de trabalho (Grupo de Controlo); (c) analisar alguns erros e dificuldades mais frequentes na resolução de tarefas habituais e não-habituais de Estatística; (d) pesquisar quais as estratégias de resolução mais frequentes utilizadas pelos alunos quando realizam tarefas não-habituais de Estatística; (e) identificar o tipo de díade responsável por uma evolução mais nítida dos alunos em relação ao estádio de desenvolvimento lógico, isto é, entre a primeira e a segunda aplicação da Escala Colectiva de Desenvolvimento Lógico e aos desempenhos estatísticos (entre o pré-teste e o pós-teste); (f) enunciar as dinâmicas de interacção facilitadoras de resoluções, com êxito ou fracasso, utilizadas pelas díades. A metodologia escolhida baseou-se num plano empírico de inspiração quasi-experimental, com um grupo de controlo e um grupo experimental. O trabalho empírico foi realizado em dois anos lectivos consecutivos, sendo o segundo ano de replicação do estudo. Os alunos das duas escolas onde a investigação foi desenvolvida resolviam, no início do ano lectivo, uma Escala Colectiva de Desenvolvimento Lógico (E.C.D.L.) e duas tarefas habituais de Estatística que serviam de pré-teste. Os desempenhos conseguidos pelos alunos serviram de critério para a formação do grupo de controlo e experimental, tendo em atenção que a unidade de formação dos grupos tinha de ser a unidade a turma. Em momentos diferentes, e para cada uma das turmas pertencentes ao grupo experimental, os alunos resolviam em díade três tarefas não-habituais de Estatística e participavam numa discussão geral com a investigadora. Passada uma semana do trabalho em díade ter sido terminado, os alunos pertencentes aos dois grupos realizavam a tarefa habitual de estatística, correspondente ao pós-teste e, no final do ano lectivo, resolviam novamente a Escala Colectiva de Desenvolvimento Lógico. Os resultados principais do estudo mostram que os alunos pertencentes ao grupo experimental, que trabalharam em díade com tarefas não-habituais durante três sessões, apresentam progressos mais nítidos quanto ao desenvolvimento lógico avaliado através da Escala Colectiva de Desenvolvimento Lógico e uma evolução mais acentuada nos desempenhos das tarefas habituais, quando se comparam os desempenhos do pré-teste com os do pós-teste. Verifica-se, ainda, que no ano em que se replica o estudo estes resultados são mais significativos. Um outro resultado encontrado mostra que o tipo de díade que formamos tende a ser responsável por um padrão de desempenho dos sujeitos e são as díades que considerámos como sendo de Tipo IV, heterogéneas quanto ao desenvolvimento lógico e ao desempenho na tarefa de pré-teste, aquelas que parecem gerar mais progressos nos desempenhos estatísticos dos sujeitos. Contudo, quanto ao desenvolvimento lógico os dados obtidos não são tão claros. A presente investigação possibilitou ainda um outro resultado: os conteúdos de Estatística não são isentos de dificuldades para os alunos e, mesmo aqueles que os trabalham de uma outra forma, como os alunos do grupo experimental, quando realizam o pós-teste continuam a encontrar obstáculos na resolução de alguns itens. De igual modo, quando se analisam os desempenhos dos alunos de uma outra forma, nomeadamente através da análise de interacções, observa-se que o domínio do conhecimento estatístico, para muitos alunos, se resume a um conhecimento instrumental, que não vai além do uso de um procedimento ou do recurso a um algoritmo. Por fim, foi ainda possível identificar as diferentes estratégias de resolução usadas pelos alunos quando resolvem as tarefas não-habituais. como a estratégia de resolução por tentativa e erro, de resolução gráfica com e sem suporte estatístico; a estratégia de resolução aritmética e a estratégia de resolução algébrica. As recomendações emergentes deste estudo apontam no sentido de se rever a forma como se tem trabalhado a Estatística nas aulas de Matemática. O trabalho em díade é uma das formas possíveis de alterar essas práticas mas, para isso, o modo como juntamos os alunos não pode continuar a ser fruto de um acaso sob pena de não se rentabilizar todas as suas potencialidades, facilitando o processo de apropriação de conhecimentos e a mobilização de competências.

Description

Tese de Doutoramento apresentada na Universidade de Liboa

Keywords

Pensamento lógico Desenvolvimento cognitivo Interacção entre pares Estatística Aprendizagem Instrumentos Interacção social Logical thinking Cognitive psychology Peer relations Statistics & mathematics Learning Instrument Social interactions

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Universidade de Lisboa

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