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Advisor(s)
Abstract(s)
Despite the increase, in recent years, of women’s participation in the labour market, sex
discrimination remains a reality in most work organisations. In this matter, academic organisations
are no exception. Evidence of sex inequalities is well documented in the literature. At the individual
level, inequalities are partly explained by family responsibilities mainly held by women. Having to
spend a considerable amount of time in home and children related activities women are left with
less time available for scientific work than their male colleagues. With the purpose of understanding
how academics experience the relationship between work and family, 32 in-depth interviews
were conducted among Portuguese academics of both sexes in one particular university. The findings
confirmed that work-family conflict is stronger among female faculty than among their male
counterparts. Additionally, the prejudice against maternity and the way it is compatible with a successful
career appears to survive the new gender relations. Difficulties felt by female academics
could be minimised by the introduction of «family-friendly» policies and the development of a positive
organisational climate towards maternity and family issues.
Nas últimas décadas tem-se assistido à crescente participação das mulheres no mercado de trabalho. Apesar disso, a discriminação sexual permanece uma realidade em muitas organizações. Neste sentido, a organização académica não constitui excepção e as evidências de desigualdades entre os sexos estão bem documentadas na literatura. Ao nível individual, uma das explicações para essas desigualdades relaciona-se com as maiores responsabilidades familiares das mulheres, o que teria consequências negativas em termos da disponibilidade de tempo para dedicar à investigação. Neste sentido, foram realizadas 32 entrevistas em profundidade com académicos de ambos os sexos, numa universidade pública portuguesa, com o objectivo de analisar a forma como a relação trabalho e família era vivida por homens e mulheres. Os resultados confirmam que o conflito trabalho-família é mais evidenciado pelas mulheres académicas do que pelos homens. A acrescentar a isto, as mensagens «subtis» transmitidas pela universidade de que a opção pela maternidade é difícil de compatibilizar com uma carreira académica de sucesso, e a prevalência de uma cultura organizacional que ignora as questões familiares e as remete exclusivamente para a esfera individual, deixam prever as maiores dificuldades enfrentadas pelas mulheres na prossecução de uma carreira académica. Coloca-se, assim, a ênfase na necessidade de alterar a cultura organizacional existente o que só poderá ser conseguido pela introdução de medidas concretas de apoio à relação trabalho-família
Nas últimas décadas tem-se assistido à crescente participação das mulheres no mercado de trabalho. Apesar disso, a discriminação sexual permanece uma realidade em muitas organizações. Neste sentido, a organização académica não constitui excepção e as evidências de desigualdades entre os sexos estão bem documentadas na literatura. Ao nível individual, uma das explicações para essas desigualdades relaciona-se com as maiores responsabilidades familiares das mulheres, o que teria consequências negativas em termos da disponibilidade de tempo para dedicar à investigação. Neste sentido, foram realizadas 32 entrevistas em profundidade com académicos de ambos os sexos, numa universidade pública portuguesa, com o objectivo de analisar a forma como a relação trabalho e família era vivida por homens e mulheres. Os resultados confirmam que o conflito trabalho-família é mais evidenciado pelas mulheres académicas do que pelos homens. A acrescentar a isto, as mensagens «subtis» transmitidas pela universidade de que a opção pela maternidade é difícil de compatibilizar com uma carreira académica de sucesso, e a prevalência de uma cultura organizacional que ignora as questões familiares e as remete exclusivamente para a esfera individual, deixam prever as maiores dificuldades enfrentadas pelas mulheres na prossecução de uma carreira académica. Coloca-se, assim, a ênfase na necessidade de alterar a cultura organizacional existente o que só poderá ser conseguido pela introdução de medidas concretas de apoio à relação trabalho-família
Description
Keywords
Academic careers Work and family Gender discrimination Carreira académica Relação trabalho-família Desigualdades de género
Citation
Comportamento Organizacional e Gestão, 9, 213-223
Publisher
Instituto Superior de Psicologia Aplicada