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O Canto territorial do mocho-galego (athene noctua): Caracterização individualidade e defesa do território

dc.contributor.advisorSantos, Manuel Eduardo dospor
dc.contributor.authorChumbinho, Ana Cláudia Morato
dc.date.accessioned2011-02-11T11:39:18Z
dc.date.available2011-02-11T11:39:18Z
dc.date.issued2002
dc.descriptionDissertação de mestrado em Etologiapor
dc.description.abstractAs vocalizações emitidas por aves de rapina parecem ser bastante estereotipadas dentro de uma população, em comparação com os repertórios mais variados apresentados pelos passeriformes. Contudo, podem também ser aspectos importantes na avaliação dos indivíduos, revelando a qualidade individual, a qualidade do território e a capacidade de obter e defender recursos, tanto em interacções intra-sexuais como em inter-sexuais. Isto será ainda mais importante em rapinas nocturnas ou parcialmente diurnas, para as quais os sinais visuais deverão ter uma eficiência limitada. Por outro lado, os indivíduos de muitas espécies territoriais discriminam entre vizinhos familiares e intrusos desconhecidos com base em diferenças individuais nos sinais acústicos. O sistema fortemente territorial e monogâmico da maioria das aves de rapina, no qual as ligações entre os membros do casal podem durar anos, sugere a importância da estabilidade nas vocalizações de cada indivíduo ao longo de diferentes épocas e de um sistema de reconhecimento acústico de conspecíficos. Além disso, as rapinas nocturnas deverão ter vantagens numa grande familiaridade com os vizinhos, facilitando a sua actividade nocturna quando as pistas visuais são mínimas. Como primeiro passo na investigação deste reconhecimento entre conspecíficos está a determinação do grau com que os indivíduos podem ser correctamente identificados (pelos investigadores) através dos seus sinais. A existência de individualidade no canto permite ainda a sua utilização como método de censo não intrusivo, além de permitir ultrapassar falhas inerentes ao estudo de espécies nocturnas. Neste trabalho pretendeu-se estudar o canto territorial dos machos de mocho-galego (Athene noctua) numa população existente numa área de estepe cerealífera tradicional, na região de S. Marcos da Ataboeira, concelho de Castro Verde, Baixo Alentejo, Portugal. Além de uma caracterização deste tipo de vocalização, investigou-se ainda a existência de individualidade no canto territorial que permitisse discriminar correctamente entre diferentes indivíduos. Adicionalmente, estudou-se a resposta dada à presença de intrusos conspecíficos por parte dos machos, caracterizando-se as diferentes estratégias individuais de defesa do território e a possível relação de características individuais e do território com a intensidade dessa defesa. Para o efeito, foram efectuadas gravações acústicas espontâneas e foram emitidos playbacks de canto territorial de machos estranhos, fora dos limites do território, gravando-se também a resposta dada pelos seus ocupantes. Seguidamente, foram produzidos e analisados as representações gráficas das gravações efectuadas. O canto territorial desta espécie parece estar bem adaptado a uma transmissão eficiente a longas distâncias em habitats relativamente abertos, como revelam as características acústicas das unidades que o constituem. Apesar de se terem detectado algumas variações individuais, a variabilidade entre indivíduos para a maioria dos parâmetros acústicos analisados mostrou ser superior à variabilidade dentro de um mesmo indivíduo. Além disso, este tipo de vocalização apresentou estabilidade temporal, podendo mesmo existir uma estabilidade a longo prazo. Os resultados relativos à análise discriminante constituem uma forte evidência de que os mochos-galegos possuem cantos territoriais distintos individualmente, principalmente com base na duração total e na frequência final das unidades que o constituem. Os modelos gerados produziram uma classificação significativamente melhor do que seria esperado devido ao acaso, com valores de classificação correcta que variaram entre 37.5 e 100% para cada macho. Considerando o conjunto de todos os indivíduos, os valores de classificação correcta foram da ordem dos 70%. O estudo das respostas dadas aos intrusos revelou que, para a maioria dos machos amostrados, a defesa do território foi bastante intensa, como revela a resposta ainda durante a emissão do playback e a existência de overlapping ao estímulo. O comprimento e a altura do bico, o comprimento do tarso e o número de crias voadoras produzidas são características individuais dos machos que se relacionaram com a intensidade da resposta dada aos playbacks, apresentando-se correlacionadas com a taxa de resposta, a duração total da resposta e do overlapping. De uma forma geral, verificou-se uma ausência de relação entre as variáveis do território e a intensidade de defesa territorial pelos machos. Contudo, as características do ninho constituídas pelo comprimento e altura da entrada, assim como o número de entradas podem ser características do território que correspondem a recursos importantes, aparecendo relacionados com a latência da resposta. O papel da quantidade de branco assim como do comprimento da estrutura de nidificação não são muito claros sendo a sua importância discutível.por
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.12/432
dc.language.isoporpor
dc.publisherInstituto Superior de Psicologia Aplicadapor
dc.subjectEtologiapor
dc.subjectEthologypor
dc.titleO Canto territorial do mocho-galego (athene noctua): Caracterização individualidade e defesa do territóriopor
dc.typemaster thesis
dspace.entity.typePublication
oaire.citation.conferencePlaceLisboapor
rcaap.rightsopenAccesspor
rcaap.typemasterThesispor

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