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Abstract(s)
Os golfinhos-roazes (Tursiops truncatus) são conhecidos por produzirem uma
multiplicidade de sons, tanto para comunicação como para ecolocalização. O seu repertório
acústico inclui sinais tonais com modulação de frequência – assobios, emissões curtas, de
banda-larga e alta-frequência, os cliques de ecolocalização, e “pacotes” de pulsos de bandalarga
e elevada taxa de repetição – sons pulsados.
Esta tese centra-se no repertório acústico alargado da espécie T. truncatus e
disponibiliza descrições detalhadas dos temas comuns, tanto a uma escala local com a uma
escala geográfica alargada. Através de um estudo comparativo multi-regional, as
(dis)similaridades no repertório foram avaliadas e as variações acústicas foram
documentadas para nove populações de golfinhos-roazes do oceano Atlântico e do mar
Mediterrâneo. A ocorrência de vocalizações universais em populações geograficamente
distantes, mas também a variabilidade intraespecífica observada em grupos simpátricos que
apresentam diferentes características eco-etológicas, sublinha a importância de fatores
ambientais na modelação das emissões acústicas destes golfinhos.
Ao estudar a estabilidade a longo-termo de assobios estereotipados, e a produção
abundante de assobios não estereotipados em contextos alimentares específicos, foi
possível corroborar o papel dos assobios como sinais de identidade.
De modo a contribuir para um melhor entendimento acerca dos diferentes tipos de
sinais que são usualmente nomeados como “Sons pulsados”, uma combinação de
representações gráficas – sonogramas e dados quantitativos são aqui apresentados. Esta
abordagem revelou que “rangidos”, “chorincos” e “buzzes”, vulgarmente agrupados em
estudos de repertórios acústicos, são sinais acústicos distintos com diferenças significativas
ao nível das suas características temporais e de frequência.
Sequências rítmicas são também uma componente importante do repertório acústico
dos golfinhos. Neste estudo, os zurros gravados no estuário do Sado, em Portugal, foram
utilizados como base para a caracterização estrutural dos diferentes elementos acústicos
que compõem estas sequências repetitivas, e técnicas de teoria da informação foram
aplicadas para analisar a ordem dos elementos e a complexidade das sequências.
Características-chave dos zurros mostram que estas vocalizações são emitidas de modo
não-aleatório, o que sugere a presença de conteúdo informativo relevante, uma nova
perspectiva sobre estas emissões acústicas mal conhecidas.
Finalmente, a influência do tráfego marítimo, especialmente o ruído gerado pelos
navios, nos repertórios acústicos de golfinhos-roazes não deve ser subvalorizado, uma vez
que as embarcações contribuem marcadamente para a paisagem acústica subaquática
atual. Decréscimos significativos nas taxas de emissão e alterações temporárias nas
características espectrais dos assobios, aqui documentadas, revelam a existência de
respostas acústicas à proximidade de embarcações, e adaptações locais a um ambiente
mais ruidoso.
Uma descrição enquadrada dos diferentes elementos vocais que fazem parte do
repertório acústico da espécie golfinho-roaz, bem como da influência de fatores ecológicos,
nomeadamente o ruído produzido por embarcações, aqui apresentados, pretendem ser
contributos substanciais para o conhecimento do sistema de comunicação acústica desta
espécie que deveriam ser utilizados em esforços de conservação.
Os golfinhos-roazes (Tursiops truncatus) são conhecidos por produzirem uma multiplicidade de sons, tanto para comunicação como para ecolocalização. O seu repertório acústico inclui sinais tonais com modulação de frequência – assobios, emissões curtas, de banda-larga e alta-frequência, os cliques de ecolocalização, e “pacotes” de pulsos de bandalarga e elevada taxa de repetição – sons pulsados. Esta tese centra-se no repertório acústico alargado da espécie T. truncatus e disponibiliza descrições detalhadas dos temas comuns, tanto a uma escala local com a uma escala geográfica alargada. Através de um estudo comparativo multi-regional, as (dis)similaridades no repertório foram avaliadas e as variações acústicas foram documentadas para nove populações de golfinhos-roazes do oceano Atlântico e do mar Mediterrâneo. A ocorrência de vocalizações universais em populações geograficamente distantes, mas também a variabilidade intraespecífica observada em grupos simpátricos que apresentam diferentes características eco-etológicas, sublinha a importância de fatores ambientais na modelação das emissões acústicas destes golfinhos. Ao estudar a estabilidade a longo-termo de assobios estereotipados, e a produção abundante de assobios não estereotipados em contextos alimentares específicos, foi possível corroborar o papel dos assobios como sinais de identidade. De modo a contribuir para um melhor entendimento acerca dos diferentes tipos de sinais que são usualmente nomeados como “Sons pulsados”, uma combinação de representações gráficas – sonogramas e dados quantitativos são aqui apresentados. Esta abordagem revelou que “rangidos”, “chorincos” e “buzzes”, vulgarmente agrupados em estudos de repertórios acústicos, são sinais acústicos distintos com diferenças significativas ao nível das suas características temporais e de frequência. Sequências rítmicas são também uma componente importante do repertório acústico dos golfinhos. Neste estudo, os zurros gravados no estuário do Sado, em Portugal, foram utilizados como base para a caracterização estrutural dos diferentes elementos acústicos que compõem estas sequências repetitivas, e técnicas de teoria da informação foram aplicadas para analisar a ordem dos elementos e a complexidade das sequências. Características-chave dos zurros mostram que estas vocalizações são emitidas de modo não-aleatório, o que sugere a presença de conteúdo informativo relevante, uma nova perspectiva sobre estas emissões acústicas mal conhecidas. Finalmente, a influência do tráfego marítimo, especialmente o ruído gerado pelos navios, nos repertórios acústicos de golfinhos-roazes não deve ser subvalorizado, uma vez que as embarcações contribuem marcadamente para a paisagem acústica subaquática atual. Decréscimos significativos nas taxas de emissão e alterações temporárias nas características espectrais dos assobios, aqui documentadas, revelam a existência de respostas acústicas à proximidade de embarcações, e adaptações locais a um ambiente mais ruidoso. Uma descrição enquadrada dos diferentes elementos vocais que fazem parte do repertório acústico da espécie golfinho-roaz, bem como da influência de fatores ecológicos, nomeadamente o ruído produzido por embarcações, aqui apresentados, pretendem ser contributos substanciais para o conhecimento do sistema de comunicação acústica desta espécie que deveriam ser utilizados em esforços de conservação.
Os golfinhos-roazes (Tursiops truncatus) são conhecidos por produzirem uma multiplicidade de sons, tanto para comunicação como para ecolocalização. O seu repertório acústico inclui sinais tonais com modulação de frequência – assobios, emissões curtas, de banda-larga e alta-frequência, os cliques de ecolocalização, e “pacotes” de pulsos de bandalarga e elevada taxa de repetição – sons pulsados. Esta tese centra-se no repertório acústico alargado da espécie T. truncatus e disponibiliza descrições detalhadas dos temas comuns, tanto a uma escala local com a uma escala geográfica alargada. Através de um estudo comparativo multi-regional, as (dis)similaridades no repertório foram avaliadas e as variações acústicas foram documentadas para nove populações de golfinhos-roazes do oceano Atlântico e do mar Mediterrâneo. A ocorrência de vocalizações universais em populações geograficamente distantes, mas também a variabilidade intraespecífica observada em grupos simpátricos que apresentam diferentes características eco-etológicas, sublinha a importância de fatores ambientais na modelação das emissões acústicas destes golfinhos. Ao estudar a estabilidade a longo-termo de assobios estereotipados, e a produção abundante de assobios não estereotipados em contextos alimentares específicos, foi possível corroborar o papel dos assobios como sinais de identidade. De modo a contribuir para um melhor entendimento acerca dos diferentes tipos de sinais que são usualmente nomeados como “Sons pulsados”, uma combinação de representações gráficas – sonogramas e dados quantitativos são aqui apresentados. Esta abordagem revelou que “rangidos”, “chorincos” e “buzzes”, vulgarmente agrupados em estudos de repertórios acústicos, são sinais acústicos distintos com diferenças significativas ao nível das suas características temporais e de frequência. Sequências rítmicas são também uma componente importante do repertório acústico dos golfinhos. Neste estudo, os zurros gravados no estuário do Sado, em Portugal, foram utilizados como base para a caracterização estrutural dos diferentes elementos acústicos que compõem estas sequências repetitivas, e técnicas de teoria da informação foram aplicadas para analisar a ordem dos elementos e a complexidade das sequências. Características-chave dos zurros mostram que estas vocalizações são emitidas de modo não-aleatório, o que sugere a presença de conteúdo informativo relevante, uma nova perspectiva sobre estas emissões acústicas mal conhecidas. Finalmente, a influência do tráfego marítimo, especialmente o ruído gerado pelos navios, nos repertórios acústicos de golfinhos-roazes não deve ser subvalorizado, uma vez que as embarcações contribuem marcadamente para a paisagem acústica subaquática atual. Decréscimos significativos nas taxas de emissão e alterações temporárias nas características espectrais dos assobios, aqui documentadas, revelam a existência de respostas acústicas à proximidade de embarcações, e adaptações locais a um ambiente mais ruidoso. Uma descrição enquadrada dos diferentes elementos vocais que fazem parte do repertório acústico da espécie golfinho-roaz, bem como da influência de fatores ecológicos, nomeadamente o ruído produzido por embarcações, aqui apresentados, pretendem ser contributos substanciais para o conhecimento do sistema de comunicação acústica desta espécie que deveriam ser utilizados em esforços de conservação.
Description
Thesis presented in fulfilment for the degree of PhD
in Behavioural Biology presented at ISPA -
Instituto Universitário
Keywords
Common bottlenose dolphins Animal communication Acoustic repertoire Geographic variation Golfinhos-roazes Comunicação animal Repertório acústico Variação geográfica