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Research Project

A VINCULAÇÃO, O GRUPO DE PARES E A AMIZADE NA ADOLESCÊNCIA

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O papel dos melhores amigos e do grupo de pares nas trajectórias de retirada social durante a adolescência
Publication . Freitas, Miguel da Costa Nunes de; Santos, António José
A investigação tem revelado uma heterogeneidade significativa na vivência da retirada social ao longo do desenvolvimento, não só nos seus correlatos ao nível do grupo de pares e das relações de amizade, mas também nas trajectórias longitudinais de cada indivíduo. No entanto, pouco ainda se conhece sobre possíveis fontes desta variabilidade na adolescência. Utilizando uma amostra normativa integrada num projecto de investigação longitudinal ainda em curso, procurámos atingir três grandes objectivos: 1) testar a estrutura factorial, através de uma análise factorial confirmatória, da versão portuguesa do Friendship Quality Questionnaire, um instrumento que permite avaliar a percepção que os adolescentes têm de diferentes aspectos qualitativos das suas amizades; 2) explorar, através de análises de regressão hierárquica múltipla num delineamento transversal, se as associações entre a retirada social e as experiências com os pares (exclusão, vitimização, popularidade e aceitação) variam em função da exibição de comportamento pró-social (uma característica habitualmente valorizada pelos pares), das dimensões da qualidade da amizade e também do sexo — depois de controlar os efeitos da participação em amizades recíprocas; 3) examinar longitudinalmente a heterogeneidade e as diferenças individuais na evolução desenvolvimental da retirada social durante três anos, através da análise de General Growth Mixture Modeling para identificar subgrupos distintos de indivíduos com diferentes trajectórias, bem como os factores que prevêem a mudança e o crescimento, e ainda quais as consequências desenvolvimentais dos diferentes percursos. Os nossos resultados suportaram a qualidade do ajustamento do modelo hexafactorial do FQQ proposto pelos autores, que revelou também bons níveis de fiabilidade e validade. O nosso estudo transversal demonstrou que a retirada social está associada a dificuldades com os pares e que o comportamento pró-social está ligado ao sucesso nessas interacções. Os efeitos de moderação, porém, apresentaram resultados mistos: para os jovens socialmente retirados, o comportamento pró-social, as amizades pouco conflituosas e caracterizadas por maior validação e cuidado parecem ser factores protectores da exclusão; pelo contrário, a exclusão e a partilha de intimidade aumentam o risco de menor aceitação pelos pares. As análises longitudinais identificaram três trajectórias distintas de retirada social: uma classe Normativa (80%), com níveis reduzidos e estáveis; uma classe Crescente (9%), com níveis iniciais baixos ou moderados, mas com tendência para o agravamento; e uma classe Decrescente, com níveis iniciais elevados, mas que se aproximam gradualmente da classe Normativa. As covariáveis incluídas no modelo, como a adversidade com os pares e o comportamento pró-social, ou características das amizades, como a reciprocidade, estabilidade e qualidade, apresentam padrões de associação específicos com cada uma das trajectórias identificadas. Por fim, constatou-se também que as classes Decrescente e Crescente se distinguem da Normativa no risco de desajustamento psicossocial, estando associadas a dificuldades distintas.

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Funding agency

Fundação para a Ciência e a Tecnologia

Funding programme

PIDDAC

Funding Award Number

SFRH/BD/47427/2008

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