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INTENCIONALIDADE E DESENVOLVIMENTO
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Dever fazer ou querer fazer, eis a questão : Como as crianças raciocinam sobre as intenções: Inferências de falsas crenças e contrafactuais
Publication . Rasga, Célia Maria Batalha Silva; Quelhas, Ana Cristina; Byrne, Ruth M. J.
O nosso trabalho propõe explorar a compreensão das crianças acerca das razões que
os outros têm para as acções. Trabalhos anteriores mostraram que as pessoas tendem a
pensar sobre as acções de forma diferente quando têm conhecimento sobre as razões
para uma acção. Um passo importante para a compreensão das acções de outras
pessoas é o raciocínio sobre as suas intenções (Walsh & Byrne, 2007; Juhos, Quelhas
& Byrne, 2015). Ao longo de seis experiências, pretendemos explorar este efeito do
conhecimento sobre as razões para as acções, aquando de raciocínios contrafactuais e
de falsas crenças, ampliando-o ao desenvolvimento das crianças.Transversal a todas as experiências, as crianças foram testadas com uma nova tarefa:a tarefa de mudança de intenções, a qual analisou cenários onde um actor tem uma razão inicial (desejo ou obrigação) para uma acção, que é posteriormente alterada. A
primeira experiência demonstrou que crianças de 6 anos não compreendem que os
outros podem ter falsas crenças sobre as razões de um actor para uma acção, enquanto
aos 8 anos evidenciam uma compreensão de falsas crenças sobre intenções.
Adicionalmente, a experiência mostrou que aos 6 anos as inferências contrafactuais
são mais precisas sobre as razões para as acções. A experiência mostrou ainda que as
crianças mais novas tendem a centrar-se nas obrigações quando sustentam o seu
raciocínio em falsas crenças.A segunda experiência, com crianças de 7 e 9 anos, mostrou que esta compreensão continua a desenvolver-se ao longo destes anos. A terceira experiência reforça o
padrão encontrado na primeira experiência, mesmo quando a tarefa é simplificada, ou
seja, quando não existe um conflito entre razões para a acção. A quarta experiência
explorou os resultados encontrados anteriormente num contexto socioeconómico
baixo. Esta experiência mostrou que as crianças de 6 anos cometem mais erros nas
inferências de falsas crenças do que nas inferências contrafactuais, no entanto, estas
crianças tendem a centrar-se mais nos desejos aquando de inferências de falsas
crenças, contrariamente às experiências anteriores. A experiência cinco, analisou um
contexto de um planeta distante, e os resultados foram consistentes com os anteriores.
As crianças mais novas fazem menos inferências de falsas crenças que contrafactuais,
e estas crianças tendem a centrar-se mais nas obrigações aquando de inferências de
falsas crenças, mesmo num contexto desconhecido e distante, e na ausência de uma
figura parental. A última experiência explorou este efeito em crianças com diagnóstico de autismo de
alto funcionamento. Os resultados revelaram que as crianças mais novas, de 6 e 8
anos tendem também a centrar-se nas obrigações e fazem menos inferências correctas
de falsas crenças do que contrafactuais, quando comparadas a um grupo de crianças
em desenvolvimento normal. Estes resultados contribuem para a discussão aberta
sobre a relação entre o pensamento contrafactual e a teoria da mente, como também
traz alguma luz sobre como as crianças pensam as diferentes razões para as acções.
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Funding agency
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Funding programme
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Funding Award Number
SFRH/BD/75369/2010