Browsing by Issue Date, starting with "2022-12-30"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Poderá a seleção artificial para a socialidade conduzir a uma melhoria das capacidades cognitivas no peixe-zebra?Publication . Infantes, Rafael Herlander de Sousa; Varela, SusanaAs hipóteses da inteligência e cérebro sociais postulam que a vida em grupo gera as forças seletivas que impulsionam a evolução das capacidades cognitivas e do tamanho do cérebro. Estas hipóteses geraram um grande debate e as provas disponíveis que as suportam são ainda escassas. São necessárias abordagens experimentais que testem explicitamente as suas suposições e previsões. Está-se a tentar fazer isso com o peixe-zebra (Danio rerio), uma espécie que se estabeleceu como um modelo vertebrado importante em neurociência comportamental. Através de uma experiência de seleção artificial para a socialidade, e partindo de uma população de base (F0) de peixes-zebra da linhagem de Tuebingen (TU), estabelecemos quatro linhas de seleção utilizando um teste de preferência social. O teste consistiu em apresentar um estímulo social (um vídeo-playback de um cardume misto de quatro peixes) contra um estímulo não social (um vídeo-playback de um “cardume” de quatro círculos movendo-se aleatoriamente sobre a imagem de fundo do vídeo do cardume) e em medir a preferência relativa por peixes pelo estímulo social. Estabelecemos as linhas de seleção na geração F1 cruzando os peixes da F0 com maior preferência pelo estímulo social (a linha de Shoal), com menor preferência (a linha de Circles), com igual preferência, uma linha controlo selecionada (a linha de NoPref), ou com preferência aleatória, ou seja, uma linha controlo não selecionada (a linha de Random). Cada linha foi estabelecida com duas réplicas e o tamanho das populações foi mantido em 200 peixes por réplica. A experiência de seleção atingiu presentemente a geração F6, com um claro aumento da preferência pelo cardume por parte da linha de Shoal em comparação com as restantes. Utilizámos, por isso, os peixes da geração F6 para testar se a seleção para uma maior socialidade também impulsionou a evolução da cognição. Para tal, testámos peixes de cada população em tarefas de reversal e detour learning, que avaliam capacidade cognitivas gerais, como plasticidade e controlo inibitório. Os resultados mostram que a seleção artificial não parece ter impulsionado maior plasticidade cognitiva, mas a linha de Shoal mostrou melhores capacidades ao nível do controlo inibitório, o qual se pensa ser bastante vantajoso em ambiente social. Parece, por isso, que se encontrou alguma evidência a favor da hipótese da inteligência social, mas estudos futuros com os peixes da experiência de seleção devem ainda ser feitos devido às limitações que encontrámos no decorrer das experiências de aprendizagem