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- Fatores de stress e proteção na saúde dos seniores: Um estudo comparativo segundo a identidade sexualPublication . Inácio, Sofia Munhá Lucas; Leal, Isabel PereiraO envelhecimento demográfico é uma realidade em Portugal e há muito pouco conhecimento relativo às diferentes necessidades da população sénior, especialmente sobre as dissemelhanças entre identidades sexuais, e o impacto de fatores psicossociais e de saúde específicos que se ligam à vivência de cada uma destas populações. Desta forma, contribuindo para a lacuna na literatura nacional sobre estudos comparativos na população sénior, a presente investigação teve como objetivo explorar as disparidades e as repercussões de fatores de stress (Solidão e Idadismo) e de proteção (Resiliência e Suporte Social) no estado de saúde de seniores LGB e heterossexuais portugueses com 60 ou mais anos. A amostra foi constituída por um total de 646 seniores, compreendendo 366 pessoas com identidade sexual heterossexual, com idades compreendidas entre os 60 e os 87 anos (M=68.09; DP=5.87), e 280 pessoas com identidade sexual LGB, com idades compreendidas entre os 60 e os 84 anos (M=63.95; DP=3.98). A recolha de dados, realizada via online, foi efetuada através de seis instrumentos: um questionário sociodemográfico e cinco medidas quantitativas (1) Escala de Solidão UCLA (USL-6); (2) Escala Ambivalente de Idadismo (AAS); (3) Escala de Resiliência Conner-Davidson (CD-RISC-10); (4) a Escala Multidimensional de Suporte Social Percebido (MSPSS); (5) e o 12- Item Short Form Health Survey (SF-12v2). Os resultados revelaram que à população sénior heterossexual são atribuídos níveis mais elevados de fatores de proteção (Resiliência e Suporte social), enquanto que à população sénior LGB são atribuídos níveis mais elevados de fatores de stress (Solidão e Idadismo), bem como um pior estado de saúde. Ademais, a Resiliência e a Solidão revelaram-se como os principais preditores do estado de saúde na população sénior LGB, enquanto que na população sénior heterossexual destacaramse o Idadismo e o Suporte Social.
- A relação entre burnout e traços de personalidade em guardas provisóriosPublication . Bernardino, Inês AnicetoO burnout é, cada vez mais, um problema crescente na nossa sociedade. A presente investigação tem como objetivo analisar os níveis de burnout, após o curso de formação de guardas, bem como analisar a relação do mesmo com os traços de personalidade e as variáveis sociodemográficas. Para tal, foram analisados os dados de uma amostra e 232 Guardas provisórios da GNR relativamente a um questionário sociodemográfico, ao Inventário de Personalidade NEO-FFI e à Medida de “Burnout” de Shirom-Melamed (MBSM). Os resultados demostraram elevados scores de burnout nesta população. Relativamente às variáveis sociodemográficas, somente a experiência profissional prévia demostrou diferenças estatisticamente significativas face ao burnout, no entanto observamos que a idade é um preditor significativo dos níveis de fadiga física. No que diz respeito às dimensões da personalidade, pudemos observar que o Neuroticismo é um preditor significativo do aumento dos níveis de burnout e que Amabilidade é um fator protetor dos níveis de exaustão emocional. Estes resultados demostram a necessidade que existe em investir no aprofundamento dos preditores de burnout nas forças de segurança em Portugal, com o intuito de melhorar a qualidade de vida destes profissionais.
- Experiências perinatais em Portugal em tempo de pandemia COVID-19Publication . Prudente, Rita Leite Ferreira dos Santos; Gonzalez, António José César de Almeidaroblema: A pandemia COVID-19 tem mostrado ter tido um impacto profundo no bem-estar psicossocial da mulher durante a gravidez, o parto e o pós-parto a nível global. Em Portugal as restrições impostas no atendimento aos cuidados perinatais conduziram a uma mobilização social de contestação sem precedentes, mostrando o descontentamento com as condições em que as mulheres e os seus bebés estavam a ser acompanhados pelo sistema de saúde. Objetivo: Este estudo propõe-se a explorar a experiência subjetiva da vivência da perinatalidade durante o período de Pandemia COVID-19 em Portugal e perceber a acessibilidade e/ou recurso a cuidados de saúde mental nesta fase. Método: Foi utilizada uma metodologia qualitativa, através de entrevistas semi-estruturadas a sete mulheres com experiência pessoal do ciclo perinatal em tempo de pandemia COVID-19. Os dados recolhidos foram alvo de análise temática com recurso a software (MaxQDA). Resultados: Foram desenvolvidos 3 temas: fatores protetores, fatores barreira, e experiência de parto. Os fatores protetores com maior expressão, percebidos como facilitadores na experiência perinatal, foram o sentimento de vivência das dinâmicas da família nuclear de forma segura e resguardada, o apoio percebido do pai, o contacto com o bebé e a qualidade da relação com os prestadores de cuidados. Os principais fatores barreira, percebidos como negativos na vivência perinatal, foram as mudanças nos protocolos de prestação de cuidados perinatais, a incerteza quanto às consequências da infeção por COVID-19, os desafios da reorganização da família nuclear, quadros de desconforto ou patologia fisiológica, o afastamento social e a qualidade da interação com prestadores de cuidados. As restrições protocolares no atendimento ao parto e a incerteza quanto às consequências do coronavírus levaram a vários movimentos de ponderação e alteração no plano de parto e a escolha de intervenções durante o parto. A nenhuma das mulheres foram sugeridos ou disponibilizados cuidados de saúde mental no circuito de prestação de cuidados perinatais, revelando a fraca participação dos e/ou acessibilidade aos cuidados especializados de saúde mental nos circuitos previstos para a prestação de cuidados nesta fase de vida. Conclusão: Este estudo fornece uma maior clareza acerca dos fatores que são valorizados por mulheres portuguesas como facilitadores de uma vivência perinatal positiva. Sugere-se a inclusão dos conhecimentos da área da saúde mental na construção de políticas de saúde e de protocolos de prestação de cuidados perinatais, bem como a inclusão de técnicos de saúde mental, nomeadamente psicólogos, de forma acessível nos circuitos previstos para o atendimento à mulher e às famílias durante o ciclo gravídico-puerperal em Portugal.