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- Neuroendocrine regulation of social Interactions in a cichlid fishPublication . Félix, Ana Sofia Mendes da Silva SantosO estudo do comportamento animal e em particular do comportamento social tem atraído investigadores desde há muito tempo. Todos os animais interagem com os outros, característica fundamental para a sua sobrevivência e reprodução. No entanto, para obter uma total compreensão do comportamento social, é necessária a integração de seus vários componentes. Com esta tese, pretendemos clarificar este tópico, estudando como o cérebro controla o comportamento através da ação conjunta de seus circuitos neurais, genes e moléculas, e também como o ambiente social de forma recíproca influencia o cérebro. Baseado neste objetivo e usando a tilápia de Moçambique (Oreochromis mossambicus) como espécie modelo, num primeiro estudo investigámos como o comportamento social é controlado por uma rede dinâmica de regiões cerebrais, a Social Decision Making Network (SDMN). Aqui, tentámos entender quais são as pistas específicas que desencadeiam mudanças no padrão de ativação dessa rede neural, usando lutas entre machos. Os nossos resultados sugerem que é a avaliação mútua do comportamento de combate que impulsiona mudanças temporárias no estado do SDMN, e não a avaliação do resultado da luta ou apenas a expressão de comportamento agressivo. Em seguida, explorámos a modulação hormonal do comportamento social, em particular pelo neuropeptídeo vasotocina. Para isso, manipulámos o sistema da vasotocina injetando vasotocina e um antagonista específico dos receptores de vasotocina V1A em machos. Para distinguir se a vasotocina afeta o comportamento isoladamente ou em combinação com andrógenios, conduzimos esta experiência em peixes castrados e peixes controlo. Curiosamente, descobrimos que a vasotocina afetou o comportamento dos machos em relação às fêmeas, mas não em relação aos machos, e que os andrógenios e a vasotocina modularam a agressividade dos machos em relação às fêmeas. Em seguida, procurámos compreender como as interações sociais afetam os sistemas neuroendócrinos. Nesse sentido, utilizámos um paradigma de intrusões territoriais para avaliar os padrões temporais dos níveis de andrógenios e tentámos relacioná-los ao fenótipo comportamental de cada indivíduo. Obtivemos padrões distintos de resposta androgénica às interações sociais devido a diferenças individuais subjacentes em sua extensão de resposta. Este estudo oferece uma importante contribuição para a área de investigação, fornecendo possíveis razões para as discrepâncias associadas à hipótese de desafio, o principal modelo em endocrinologia comportamental que descreve a relação entre andrógenios e interações sociais. Finalmente, pensa-se que os andrógenios respondem às interações sociais como forma de preparar os indivíduos para outras interações. Assim, tentámos descobrir como um aumento de andrógenios no sangue afeta o cérebro. Para esse efeito, injetámos peixes com andrógenios e estudámos as mudanças transcriptómicas que ocorrem no cérebro usando a técnica de RNAseq, permitindo uma compreensão mais detalhada do efeito dos andrógenios no cérebro. Em suma, o comportamento social é complexo e depende de vários fatores internos e externos. Os resultados desta tese fornecem um contributo significativo para pesquisas futuras.
- Orientação espacial : relação com a memória inferencialPublication . Tomás, Diogo João Alves; Nunes, Maria Vânia SilvaDois ramos da literatura científica têm prevalecido no que diz respeito às funções do hipocampo. Um deles foca-se no suporte que esta estrutura oferece à memória declarativa, enquanto outro enquadra o hipocampo como parte de um sistema dedicado à navegação espacial. Estas duas diferentes visões encontram alguma reconciliação na teoria relacional do hipocampo em que estes dois processos poderão não ser assim tão distintos, particularmente na hipotética semelhança existente entre o cálculo de uma rota no espaço baseada em associações entre memórias espaciais adquiridas durante a navegação e o estabelecimento de relações associativas entre memórias sem conteúdo espacial que servem de base ao raciocínio inferencial. Neste estudo considerámos estudar, a um nível comportamental, as relações que existem entre a performance de tarefas de memória inferencial e tarefas de orientação espacial em ambiente virtual. Foi constituída uma amostra de 31 indivíduos saudáveis, 16 do sexo masculino (51,6%), com uma média de idades de 30,55 anos (± 3,65), variando entre os 25 e os 38 anos. Foram encontradas associações positivas entre as performances das tarefas de memória inferencial e as de orientação espacial, particularmente com as tarefas de orientação alocêntrica onde se manteve uma correlação moderada, mesmo quando retirada a influência estatística na variabilidade devida à memória não-inferencial. Os resultados observados vão de encontro ao argumentado pela teoria relacional do hipocampo no que respeita à semelhança funcional destas duas tarefas cognitivas. Contudo, a particular associação com a orientação alocêntrica corrobora a ideia base da concorrente teoria do mapa cognitivo, defensora de que as representações espaciais alocêntricas são da responsabilidade do mapeamento do espaço executado pelo hipocampo.