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- Teacher-child interactions disability profile and social experiences of children in inclusive preschool classroomsPublication . Ferreira, Milene Alexandra Gregório; Aguiar, Cecília; Pimentel, Júlia van Zeller de SerpaEm Portugal, quase todas as crianças com incapacidades encontram-se a frequentar contextos de educação pré-escolar regular, tornando-se fundamental promover a sua inclusão de uma forma que potencie o seu desenvolvimento global, bem como o desenvolvimento de sentimentos de pertença, relações sociais positivas e amizades. De facto, recentemente, o desenvolvimento socio-emocional e comportamental das crianças com incapacidade foi considerado um objetivo crucial de uma inclusão de elevada qualidade na infância (DEC/ NAEYC, 2009). Composta por três estudos, a presente dissertação tem por objetivo alargar o conhecimento existente acerca das experiências sociais das crianças com incapacidades que frequentam contextos de educação pré-escolar e da forma como as suas características individuais e a exposição ao contexto, considerando quer a qualidade das interações educador-criança quer e o tempo de exposição a essas interações, influenciam o estabelecimento de relações sociais e o seu desenvolvimento social. Neste estudo, participaram um total de 86 crianças com incapacidades (63 rapazes) com idades que variavam entre os 45 e 88 meses (M = 67.53, DP = 10.54), frequentando 86 jardins-de-infância inclusivos da área metropolitana de Lisboa, bem como os seus respetivos educadores de infância. O primeiro estudo permitiu descrever as experiências sociais das crianças com incapacidades ao nível das relações diádicas e ao nível do grupo, identificando características individuais e perfis de funcionalidade que dificultam a inclusão social. No segundo estudo, procurou-se compreender em que medida as características das crianças associadas a maior risco de exclusão social e as características dos contextos que parecem ser protetoras, como a qualidade das interações educador-criança (e.g., Burchinal et al., 2010), influenciam as suas experiências sociais e como esta relação é moderada pelo tempo de exposição. Por fim, no terceiro estudo, analisou-se o papel moderador da qualidade das interações educador-criança e do tempo de exposição na relação entre o grau de incapacidade das crianças e as suas competências sociais e comportamentais. Os resultados encontrados evidenciam que as crianças com perfis de incapacidade mais graves e que revelam dificuldades socio-comportamentais apresentam um maior risco de exclusão social, verificando-se que os seus educadores de infância poderão não identificar processos de rejeição destas crianças, colocando em causa a sua inclusão social. Crianças com dificuldades comportamentais e baixa competência verbal parecem revelar mais dificuldades em termos de inclusão social quando têm níveis superiores de exposição, ou seja, quando faltam menos dias. A qualidade das interações educador-criança não parece ter um impacto direto nas experiências sociais das crianças; contudo, parece moderar a associação entre o grau de incapacidade das crianças e os seus problemas de comportamento, tendo a baixa qualidade um impacto negativo nos comportamentos das crianças com incapacidades mais ligeiras. Com base nestes resultados, importa no futuro apoiar os educadores no desenvolvimento de competências de identificação de processos de rejeição e exclusão de crianças com incapacidade pelos seus pares, bem como na implementação de estratégias ativas que promovam o envolvimento das crianças com incapacidade em interações de elevada qualidade, potenciando o desenvolvimento das suas competências e relações sociais. Por outro lado, a simples permanência das crianças com comportamentos desafiantes e menos competências de linguagem em contextos inclusivos parece não ser suficiente para assegurar a sua inclusão social, sendo importante implementar intervenções específicas que promovam, efetivamente, as suas competências socio-comportamentais.