Browsing by Author "Rocha, Ana Margarida Alves"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- A amamentação, o feminino e o maternoPublication . Rocha, Ana Margarida Alves; Leal, Isabel PereiraA recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) da imprescindibilidade da amamentação durante os primeiros seis meses de vida da criança conduz, em todo o mundo e em todas as circunstâncias, a um conjunto de pressões sociais para a sua prática que colocam a mulher num papel diferenciado ao nível dos cuidados primários à primeira infância e, nessa medida, reforça a assimetria de géneros. Esta investigação tem como objectivo avaliar se a prática da amamentação se traduz em efectivos benefícios para a saúde e bem-estar das crianças, tal como genericamente é assumido, ou se, no mundo dito desenvolvido, a amamentação é mais uma crença de saúde. O estudo, de carácter comparativo, assenta na análise de conteúdo de 300 fichas clínicas de crianças de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os zero e os cinco anos, facultadas por diferentes pediatras, que permitem a avaliação, para lá das características do aleitamento, da saúde geral, do desenvolvimento e das alterações comportamentais das crianças. Foram ainda controladas algumas variáveis que poderiam interferir na saúde, bem-estar e desenvolvimento infantil, como sejam: antecedentes familiares de doenças, intercorrências na gravidez, tempo de gestação e tipo de parto. De acordo com os resultados obtidos, para a variável tipo de alimentação e também para a variável duração do tipo de alimentação, não se observaram diferenças estatisticamente significativas na saúde, no desenvolvimento psicomotor, na evolução estaturo-ponderal, e nas alterações comportamentais (p<0.05) das crianças. Assim sendo, e para lá do prosseguimento da investigação nesta área com recurso a diferentes metodologias e amostras, reforça-se a importância de concluir sobre eventuais vantagens da amamentação já que, enquanto prática exclusivamente feminina, colabora de forma muito importante na manutenção dos estereótipos de género.
- O impacto do aleitamento materno no bem-estar e saúde geral da criançaPublication . Rocha, Ana Margarida AlvesA assumpção generalizada e da Organização Mundial de Saúde (OMS) da imprescindibilidade da amamentação durante os primeiros seis meses de vida da criança não é confirmada pela literatura, uma vez que toda a empíria disponível se centra em efeitos benéficos muito particulares do aleitamento materno. Esta investigação tem como objectivo avaliar se a prática da amamentação decorre de uma crença de saúde ou dos seus benefícios reais para a saúde e bem-estar das crianças. O estudo, de carácter comparativo e correlacionai, assenta na análise de conteúdo de 300 fichas clínicas de crianças de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os zero e cinco anos, facultadas por diferentes pediatras que se disponibilizaram a participar no estudo. Foi construída uma grelha de análise onde consta informação global da criança, as características do aleitamento e um instrumento de avaliação da saúde geral, do desenvolvimento e das alterações comportamentais das crianças. De acordo com os resultados obtidos, para a variável tipo de alimentação não se observam diferenças estatisticamente significativas ao nível da classificação da saúde, do desenvolvimento psicomotor e evolução estaturo-ponderal e ainda das alterações comportamentais (parasómias, perturbações alimentares, perturbações do comportamento, perturbações da linguagem e dificuldades na adaptação social) (p < 0.05). Dos outros aspectos relacionados com a saúde (ocorrência de internamentos, consultas de especialidade e/ou terapias e intervenções cirúrgicas), apenas se observa significância estatística ao nível da ocorrência de internamentos {X2 (2) = 6.390; p = 0.039; N = 300). No caso da variável duração do tipo de alimentação, também só se verifica a existência de uma associação estatisticamente significativa na ocorrência de internamentos, mas só para o leite materno (V = 0.240; p = 0.023; N = 194). Assim sendo, parece não existir uma correlação estatisticamente significativa entre o aleitamento materno e a saúde e bem-estar gerais das crianças, constituindo-se antes como uma crença de saúde, decorrente dos seus benefícios percebidos, mais do que dos benefícios reais. Palavras-chave: aleitamento materno; saúde; desenvolvimento; crenças de saúde