Browsing by Author "Gomes, Filipa Joana Barreto"
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- Ideação suicida nos estudantes universitáriosPublication . Gomes, Filipa Joana Barreto; Pereira, Maria GouveiaEste estudo tem como objectivo verificar se os jovens universitários do primeiro ano do ensino superior, afastados do seu meio familiar e da sua terra de origem terão uma maior sintomatologia depressiva, terão menor satisfação com o suporte social e mais pensamentos suicidas do que os não afastados. Pretendemos ainda averiguar se a insatisfação com o suporte social provoca maior sintomatologia depressiva e maior ideação suicida. A amostra foi seleccionada por conveniência, num total de 147 participantes, é constituída por estudantes de ambos os sexos, predominando o sexo feminino (67.3 %), com idades compreendidas entre os 18 e os 21 anos, com uma média de 19 anos, a frequentar o 1º ano de uma universidade da cidade de Lisboa. Nesta amostra, 50.4 % dos estudantes provêm de Lisboa, 68.7 % possuem família nesta cidade. Verificou-se pois, que 45.6 % dos estudantes são provenientes de outras cidades e que 31.3 % referem não ter família em Lisboa. Foram utilizados como instrumentos de medida, a Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS) (Ribeiro, 1999), o Inventário de Depressão de Beck (BDI), traduzido e adaptado por Cláudio (1990), e o Questionário de Ideação Suicida (QIS), traduzido e adaptado por Ferreira e Castela (1999). Através da aplicação do teste t-student, verificaram-se diferenças estatisticamente significativas (t (91, 722) = 2.219; p = .029), de sintomatologia depressiva entre o grupo de sujeitos afastados da sua terra de origem e o grupo que reside em Lisboa. Assim concluiuse que os jovens universitários afastados do seu meio familiar e da sua terra de origem possuem maior sintomatologia depressiva. Na satisfação com o suporte social, também existem diferenças estatisticamente significativas (t (145) = -4.286; p < .0001), entre o grupo de sujeitos afastados da sua terra de origem e os que residem em Lisboa. Assim, concluiu-se que os jovens universitários afastados do seu meio familiar e da sua terra de origem apresentam menor satisfação com o suporte social. Relativamente às dimensões ou subescalas da ESSS, pode verificar-se a existência de diferenças estatisticamente significativas na satisfação com os amigos (t (145) = -4.138; p < .0001), com a intimidade (t (145) = -3.518; p < .0001) e com a família (t (145) = -3.659; p < .0001). Quanto à ideação suicida, a análise do teste t-student revelou não existirem diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos dois grupos (t (145) = -568; p = .571). Assim sendo, o facto de os estudantes estarem afastados do seu meio familiar e da sua terra de origem não determina a presença de mais pensamentos suicidas quando comparados com aqueles que não tiveram de se deslocar. Através da correlação r de Pearson, observou-se que quanto maior a insatisfação com o suporte social, maiores são os níveis de sintomatologia depressiva (r = -.449; p < .0001) e os resultados revelaram ainda que quanto maior a insatisfação com o suporte social, maiores são os níveis de ideação suicida (r = -.282; p < .0001) e que quanto maior é o nível de sintomatologia depressiva, maior é a ideação suicida (r = -.338; p < .0001).
