Browsing by Author "Gaspar, Eva Duarte"
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- Dialectos da dorPublication . Gaspar, Eva Duarte; Pereira, Maria GouveiaA auto-injúria não-suicida consiste na destruição intencional de tecido corporal sem intenção suicida e que obedece a motivos não sancionados socialmente (Klonsky, 2007). O presente estudo teve como objectivo explorar a percepção individual do próprio mundo relacional e a existência de comportamentos de abuso de substâncias, assim como a caracterização, experienciação e conceptualização da auto-injúria não-suicida. Para tal, foi estruturado um guião de entrevista semi-directiva e feita uma selecção de seis cartões do Teste de Apercepção Temática (3BM, 5, 8BM, 13B, 19 e 16), tendo ambos os instrumentos sido aplicados a sete participantes que apresentavam estas práticas, cinco do sexo feminino e dois do sexo masculino, entre os 19 e os 21 anos de idade. Os dados obtidos através da entrevista foram submetidos a um processo de análise de conteúdo e as respostas do TAT foram codificadas consoante a respectiva folha de decomposição. Em termos gerais, os resultados revelaram um acentuado número de referências quanto à distância relacional da figura paterna, à disparidade relacional (positiva/negativa) quanto à figura materna, um relacionamento actual positivo com o grupo de pares, e uma elevada incidência do consumo de álcool e drogas ílicitas. Ao nível da auto-injúria não-suicida os resultados corroboraram as informações presentes na literatura, tendo também surgido dados que apontam para uma conceptualização individual ego-sintónica e funcional da mesma. O TAT obteve um elevado número de respostas de Série C (86), seguindo-se as séries A (47), E (44) e B (19).
- Dialectos da dor: Representações sociais sobre as funções dos comportamentos auto-lesivos em adolescentesPublication . Gaspar, Eva Duarte; Pereira, Maria GouveiaOs comportamentos auto-lesivos são actualmente considerados um problema de saúde pública, especialmente em adolescentes e jovens adultos. Tem existido um crescente foco investigacional nesta área e tem-se vindo a reconhecer a importância da esfera interpessoal, particularmente em termos de prevenção e intervenção. Contudo, são escassas as investigações que abordem as representações sociais sobre as funções destes comportamentos, nomeadamente no âmbito familiar e do grupo de pares. De igual modo, são poucos os instrumentos relativos a comportamentos auto-lesivos validados para Portugal que possibilitem o estudo destes comportamentos e das suas representações sociais. O primeiro artigo consiste na adaptação e validação para adolescentes Portugueses da primeira secção do Inventory of Statements About Self-Injury (Klonsky & Glenn, 2009). A análise das qualidades psicométricas e da estrutura factorial deste instrumento revelou boa consistência interna e uma organização dos métodos auto-lesivos em três factores (Comportamentos Auto-Lesivos Severos e Tentativas de Suicídio; Comportamentos Auto- Lesivos Leves/Moderados; e Consumo de Substâncias Psicoactivas). Assim, este inventário demonstrou ser um bom recurso para o estudo da frequência dos comportamentos auto-lesivos e dos métodos utilizados. No segundo artigo apresentamos uma análise qualitativa de várias entrevistas, que teve como objectivo a descrição e comparação das representações sociais sobre as funções dos comportamentos auto-lesivos de três grupos: adolescentes com uma história destes comportamentos, adolescentes sem uma história destes comportamentos e adultos igualmente sem uma história destes comportamentos. Os participantes referenciaram oito funções que vão ao encontro das descritas na literatura (e.g. Klonsky, 2007b) e duas novas funções. Foram também encontradas diferenças entre os grupos, nomeadamente que os adultos enfatizaram as funções interpessoais e que ambos os grupo de adolescentes mencionaram mais funções intrapessoais. Os artigos três e quatro apresentam a construção e validação de dois questionários para o estudo das representações sociais sobre as funções dos comportamentos auto-lesivos, para adolescentes (Artigo 3) e para adultos (Artigo 4). Estes instrumentos foram desenvolvidos com base na segunda secção do Inventory of Statements About Self-Injury (Klonsky & Glenn, 2009), na análise anteriormente mencionada de entrevistas, e na análise de uma amostra da imprensa escrita generalista Portuguesa. Ambos os questionários demonstraram boas viii qualidades psicométricas em termos de consistência interna e de estrutura factorial, possibilitando a sua utilização em estudos posteriores. O dois últimos artigos (artigo 5 e artigo 6) tiveram como objectivo a exploração e comparação das representações sociais sobre as funções dos comportamentos auto-lesivos de adolescentes com e sem estes comportamentos e de pais. Os instrumentos utilizados nestes estudos consistiram no Inventário de Comportamentos Auto-Lesivos (ICAL), no Questionário das Representações sobre as Funções dos Comportamentos Auto-Lesivos para Adolescentes (QRFCAL-Adolescentes) e no Questionário das Representações sobre as Funções dos Comportamentos Auto-Lesivos para Adultos (QRFCAL-Adultos), previamente validados. O artigo 5 focou-se na comparação entre as representações sociais de adolescentes com e sem comportamentos auto-lesivos, e na comparação das representações sociais de mães e pais de adolescentes com e sem comportamentos auto-lesivos. Em termos gerais, os resultados obtidos revelaram que os adolescentes sem comportamentos auto-lesivos atribuíram mais relevância às funções interpessoais e que os adolescentes com comportamentos valorizaram algumas funções intrapessoais. Por acréscimo, os pais de adolescentes com e sem estes comportamentos apresentaram algumas diferenças entre as suas representações sociais, especialmente no sentido em que as mães de adolescentes com comportamentos auto-lesivos enfatizaram algumas funções intrapessoais. O artigo 6 baseou-se na comparação das representações sociais sobre as funções de comportamentos auto-lesivos em famílias (filho/a, mãe e pai) de adolescentes com e sem estes comportamentos. A partir da análise destes resultados surgiram diferenças consideráveis entre ambos os grupos de adolescentes e os respectivos pais, principalmente no sentido em que os pais enfatizaram as funções interpessoais e desvalorizaram as funções intrapessoais. Estas diferenças acentuaram-se nas famílias de adolescentes com comportamentos auto-lesivos.