Browsing by Author "Chipper, Filipa De Oliveira Tomaz"
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- Cardiopatia congénita – uma patologia da relação? Implicações psicológicas da doença ao nível da relação primária e construção da identidadePublication . Chipper, Filipa De Oliveira Tomaz; Germano, Helena Maria de JesusNós temos dois tipos diferentes de nascimento/formação: a germinação física no útero da mãe; a germinação psicológica no “útero mental” do objecto de relação, segundo Coimbra de Matos (2003). Attachment e bonding estão consequentemente correlacionados de uma forma positiva e reforçam-se um ao outro, sendo a força do bonding (mãe-bébé) a determinar a força do attachment (bébé-mãe) e este também aquele que desperta o attachment. Coloca-se então a seguinte questão: Como é que este feto cresceu no “útero mental” materno e como é que este foi imaginado, construido e pensado? O objectivo principal deste estudo é o levantar de questões e a construção da história de vida, de um ponto de vista relacional, da criança com cardiopatia congénita. Desde o momento de concepção, seguido do diagnóstico, respectivo tratamento médico, prognóstico e retorno a um mundo relacional. Tendo em conta que o coração é o orgão humano que carrega maior conotação emocional, relacional, espiritual, social e cultural, nós tentamos perceber tendo em consideração a teoria psicosomática, e as teorias de attachment e bonding, as implicações psicológicas da doença na relacao mãe-bébé, na expressão de afectividade e na construção da identidade. Tentámos também confirmar se esta patologia pode ser explicada através da teoria psicossomática e tentou-se reforçar a importância da vida no útero e da psicologia do feto. De forma a alcançar estes objectivos conduzimos um estudo de dois casos, ambos de cardiopatia congénita, um assintomático (Ana, 5 anos de idade) e outro sintomático, com necessidade de transplante cardíaco (João, 9 anos de idade). Os instrumentos de investigação utilizados foram o desenho livre, a prova projectiva de Rorschach e a entrevista clínica. Em ambos os casos verificou-se uma falência na relação mãe-feto/mãe-bébé imaginário. Ambas as mães assumem comportamentos de risco durante a gravidez (fumar e consumo excessivo de álcool). Denota-se também um abandono fisíco numa das díades, o que confirma uma falha inicial na primeira relação (bonding) e na outra díade parece existir uma falta de disponibilidade mental para pensar sobre a criança e lhe oferecer o contentamento emocional necessário (“abandono psicológico”).