Browsing by Author "Caetano, Carla Sofia Pereira Brioso"
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- O processo de mudança em psicoterapia existencialPublication . Caetano, Carla Sofia Pereira Brioso; Sousa, Daniel Cunha Monteiro deA escassez de estudos de investigação em psicoterapia existencial tem sido uma realidade que constata a falta de conhecimento sobre os fatores que promovem as mudanças ao longo do processo psicoterapêutico. O presente estudo pretende aceder aos fatores de mudança implicados nesse processo em psicoterapia existencial, considerando a perspetiva do cliente e todas as mudanças daí resultantes, através de uma análise profunda dos elementos eidéticos relativos a todos os participantes, para a compreensão dos resultados adquiridos. Para tal, é utilizado o método de investigação qualitativo de abordagem fenomenológica, com análise aprofundada de cinco entrevistas de um paciente que realizou 48 sessões de psicoterapia, complementada com a inclusão dos resultados obtidos da análise de mais três outros clientes. Os resultados revelaram as mudanças e fatores que, na perspetiva dos quatro participantes, favoreceram o processo em que estes se enquadram, sendo estes a: confiança no processo psicoterapêutico, a relação estabelecida com o terapeuta e a postura deste relativamente às suas características pessoais e competências, que promoveram uma capacidade de autoquestionamento, autorreflexão, novas perspetivas do self e do mundo, uma melhor gestão interna, com compreensão e controlo de si. Relativamente ao caso de estudo desta dissertação, aos fatores anteriores acrescem as mudanças como um fator que, em si mesmo, é estimulador de novas mudanças, sendo estas: maior investimento de si, maior consciencialização de sua responsabilidade, maior controlo de ansiedade e menor impulsividade. Podemos concluir que o processo de mudança engloba diversos aspetos que se complementam e se cruzam configurando outros que vão sendo um motor de toda a energia necessária para a fluência das mudanças durante o processo terapêutico. O estudo permitiu concluir que, a partir do estabelecimento de uma nova relação, a confiança pelo terapeuta foi o sentimento que teve maior impacto sobre o processo psicoterapêutico, a partir do qual surge a partilha de vivências que permite adquirir, nesse exercício, um autoquestionamento e autorreflexão continuados, por vezes dolorosos, mas entendidos como necessários e adequados à concretização das mudanças pretendidas.