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Institutional Repository of Ispa-University Institute

 

Recent Submissions

Além do prompt: Repensar a biblioteca como laboratório de pedagogia digital e literacia crítica
Publication . Lopes, Carlos
Esta comunicação apresenta uma redefinição crucial do papel das bibliotecas no ensino superior, transcendendo o estatuto de mero repositório de informação para se afirmarem como centros de competências, mediação e ética digital perante a ascensão da Inteligência Artificial (IA). A IA, ao invés de substituir, otimiza tarefas e realça o valor humano do bibliotecário. Nesta nova era da IA, a biblioteca assume o papel mais crítico e emergente de promoção da Literacia em IA e Ética Digital. Deve ser o ponto focal neutro para capacitar a comunidade sobre vieses algorítmicos e o uso ético e responsável da IA na investigação, abordando temas como plágio, integridade académica e a transparência. A IA é pode ser utilizada para a otimização de serviços, automatizando processos internos e libertando os profissionais para o apoio direto à pesquisa e ao ensino. Adicionalmente, a biblioteca torna-se central no apoio à investigação, colaborando na curadoria e disponibilização de grandes volumes de dados institucionais para projetos de IA, garantindo que os resultados sejam FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable). Para cumprir esta missão, a biblioteca do século XXI deve ser um modelo híbrido integrado. O espaço físico (analógico) deve ser flexível e orientado para a ação, com Makerspaces e Learning Labs que promovam a produção e experimentação de conteúdos, e espaços de colaboração equipados com tecnologia. O espaço digital (virtual) é crucial para a acessibilidade e deve promover a Literacia Digital e Mediática através de formação sistemática, capacitando os utilizadores a lidar criticamente com a (des)informação e a selecionar informação válida. Finalmente, a biblioteca reforça o seu papel de curadoria digital ao atuar como curador de conteúdo, aplicando critérios rigorosos de autoridade e precisão para combater a sobrecarga informativa, e apoiando a avaliação académica ao ensinar a avaliar criticamente as fontes online.
Liberdade e democracia práticas pedagógicas que traduzem estes valores num contexto de jardim de infância
Publication . Martins, Ana Patrícia dos Santos Caetano da Silva; Brito, Ana Teresa
Com o objetivo de compreender de que forma as práticas pedagógicas e a organização do ambiente promovem valores fundamentais como a liberdade e a democracia, apresenta-se um estudo desenvolvido com um grupo de crianças dos 3 aos 6 anos, numa sala de jardim de infância de uma instituição situada num bairro histórico e multicultural de Lisboa. No projeto educativo, destacam-se os princípios de autonomia, da cooperação e inclusão, no seu alinhamento e cruzamento com o Movimento da Escola Moderna. Neste contexto, a investigação procura compreender de que forma um ambiente educativo que favorece a participação, escuta e negociação de regras, traduz a edificação de uma cultura democrática, bem como identificar desafios que se colocam na sua apropriação. Partindo de uma metodologia qualitativa, centra-se na análise documental, observação participante, e entrevista, envolvendo análise de registos reflexivos e documentação pedagógica. São discutidos exemplos concretos de práticas democráticas, vividas numa sala de jardim de infância. O estudo evidencia a importância de uma intencionalidade pedagógica que promova a cidadania ativa desde a infância e a relevância da articulação do seu projeto educativo com o modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna
Da infância à maternidade: A influência do trauma na infância na perceção de autoeficácia materna e na saúde mental durante o puerpério
Publication . Mosca, Catarina Matos; Miguel, Marta
Os julgamentos percebidos sobre as habilidades parentais têm a capacidade de influenciar o desempenho nas tarefas parentais, as respostas de cuidado e a qualidade das interações entre pais e filhos. A perceção de autoeficácia materna encontra-se fortemente associada às experiências na infância da própria mãe e influencia não só o bem-estar psicológico da mesma como ainda o desenvolvimento da criança. Adicionalmente, o período pós-parto é uma fase vulnerável na qual as consequências do trauma podem ser transmitidas intergeracionalmente. O presente estudo pretende contribuir para a compreensão da relação entre as experiencias traumáticas durante a infância, a perceção de autoeficácia materna e a saúde mental durante o puerpério. Recorreu-se a uma amostra de 106 mães portuguesas com até 12 meses pós-parto. Os dados foram recolhidos em inquérito por questionário em formulário online composto por um questionário de caraterização sociodemográfica e pelos seguintes instrumentos de medida: Questionários de Trauma na Infância (CTQ-SF), Escala de Autoeficácia Materna Percebida (PMPS-E) e Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS). Os resultados evidenciaram uma correlação negativa entre o trauma e a perceção de autoeficácia materna, bem como entre a autoeficácia materna e a sintomatologia psicológica, e uma correlação positiva entre o trauma e a sintomatologia psicológica. Os resultados sugerem, ainda, que a autoeficácia materna pode ser influenciada pela estrutura familiar, no entanto o mesmo não se verificou consoante a paridade, rendimento ou escolaridade. A presente amostra evidenciou também que complicações durante a gestação ou parto refletem níveis mais elevados de sintomatologia psicológica, nomeadamente ansiedade, depressão e stress, enquanto o tipo de parto não apresentou resultados estatisticamente significativos face a esta variável.
Maternidade ferida: A relação entre a violência obstétrica e o ajustamento materno e atitudes face à maternidade
Publication . Carvalho, Inês Sofia Belo; Miguel, Marta
A Violência Obstétrica tem sido associada a diversas consequências psicológicas negativas para as mulheres que a experienciam, podendo comprometer a sua experiência face à maternidade. Este estudo teve como objetivo investigar a associação entre a Perceção de Violência Obstétrica durante o parto e o seu efeito no Ajustamento Materno e nas Atitudes Maternas. A amostra foi composta por mulheres com mais de 19 anos, que deram à luz no último ano. Os dados foram obtidos através de um questionário online, composto pela Escala de Violência Obstétrica, que visa avaliar a Perceção dos cuidados recebidos durante o parto, a escala MAMA, que mede o Ajustamento e as Atitudes Maternas, e por questões de caraterização sociodemográfica. O método adotado foi o quantitativo, transversal e correlacional. Os resultados apontaram para uma correlação entre a experiência de Violência Obstétrica e o Ajustamento e Atitudes Maternas, indicando que mulheres expostas a cuidados abusivos durante o parto apresentam maior risco de desajustamento Materno e Atitudes menos positivas face à Maternidade. Estes resultados podem auxiliar na implementação de políticas públicas e intervenções clínicas direcionadas para a melhoria dos cuidados obstétricos e para o apoio psicológico às mulheres, promovendo uma experiência de maternidade mais saudável e positiva.
Empathy and internalising problems in preadolescence: Exploring gender variations
Publication . Godinho, Shahna Oliveira; Fernandes, Marília
Empathy is a complex, multidimensional construct that plays a fundamental role in emotional and social development, comprising both cognitive and affective components. Cognitive empathy involves understanding another person’s emotional state, while affective empathy refers to the shared emotional experience in response to another’s feelings (Eisenberg et al., 2015; Shamay-Tsoory, 2011). Although typically associated with prosocial behaviour, elevated levels of affective empathy may also contribute to psychological vulnerability, particularly internalising problems such as anxiety, depression, and somatic complaints (Achenbach, 1966; Tone & Tully, 2014). Internalising problems are characterised by inward-focused emotional distress and self-directed symptoms, often difficult to detect through external observation. This study explored the associations between cognitive and affective empathy and internalising problems in a normative sample of pre-adolescents, with a focus on gender differences and informant perspectives. Using self-, teacher-, and parent-reported data, it examined how empathy dimensions relate to internalising difficulties and whether these relationships vary by gender or informant. Results showed that participants reported relatively high empathy, with girls scoring higher than boys, particularly in affective empathy. Affective empathy and self-reported internalising problems were significantly higher among children who reported being victims of bullying, and internalising problems were also higher among those receiving psychological support. Associations between empathy and internalising problems were only observed in self-reports, where affective empathy positively predicted internalising symptoms after controlling for gender. No significant effects were found in parent- or teacher-reports, and gender did not moderate the relationship. These findings provide a nuanced understanding of empathy’s role in developmental psychopathology and have implications for early identification and intervention strategies targeting emotional well-being in youth.