Pereira, Orlindo GouveiaMartins, José Gabriel2011-07-222011-07-221994http://hdl.handle.net/10400.12/665Dissertação de Mestrado em Comportamento OrganizacionalApós descrição das características da sociedade actual, que favorecem a existência de situações stressantes com uma intensidade e permanência nunca antes registadas, analisa-se o conceito de stress, nas perspectivas fisiológica e psicossocial, assim como a evolução ocorrida no seu estudo. As medidas de stress foram consideradas nas suas características e condições de aplicabilidade. Considerando as nefastas consequências da existência de situações conducentes à situação quase permanente de stress crónico, com repercussões ao nível da saúde, no desempenho individual, na competitividade organizacional e económica, identificaram-se as principais fontes de stress e os respectivos factores moderadores ao nível individual, grupal e organizacional. De seguida, analisaram-se as características do trabalho por turnos rotativos indutoras de stress no trabalho e de produtividade. O stress no trabalho por turnos rotativos foi estudado numa amostra de enfermeiros especialistas do Hospital Júlio de Matos, com o objectivo de estudar a variabilidade dos níveis de stress, variável dependente, em função das variáveis independentes, tipo de horário de trabalho (fixo e por turnos) e dos turnos de trabalho (manhã, tarde e noite). A presente investigação é composta por três estudos. Estes têm como objectivo a identificação e análise das fontes de stress no dia a dia, da experiência de stress e das consequências do stress ao nível da interferência cognitiva. Foram utilizados como instrumentos respectivamente o diário de acontecimentos stressantes, a entrevista e o teste de Stroop. Ao nível das fontes de stress no dia a dia a globalidade dos sujeitos registou uma maior frequência de acontecimentos stressantes extra-organizacionais, com destaque para os inerentes à sobredensidade populacional e os consequentes problemas de trânsito. Os enfermeiros especialistas trabalhando em regime de turnos rotativos foram os que atribuíram maior intensidade aos acontecimentos stressantes ocorridos em contexto organizacional. De entre estes destacaram em especial a sobrecarga de trabalho. Para os que trabalham em regime de horário fixo a principal fonte de stress advém da imprevisibilidade e agressividade comportamental dos doentes. A experiência de stress evidenciou a importância dos stressores extra-organizacionais já referidos, sendo o stress no trabalho moderado pela participação nas tomadas de decisão e pela existência dum bom suporte social, tendo com base o bom relacionamento interpessoal entre os enfermeiros especialistas. Para os inquiridos, o trabalho por turnos rotativos apresenta como principal vantagem a compensação monetária, repercutindo-se no entanto negativamente no relacionamento familiar e na saúde, destacando-se nesta as perturbações do sono. Os níveis de stress registados, através de medida de interferência cognitiva fornecida pelo teste de Stroop, no início e fim de cada período/turno de trabalho, revelaram não existir diferenças significativas entre os registados pelos enfermeiros que trabalham em horário fixo e os em turnos rotativos (manhã, tarde e noite). Estes dados constituem um indicador da relevância das fontes de stress extra-organizacionais para esta população.porO stress em trabalho por turnos nos enfermeiros especialistas do Hospital Júlio de Matosmaster thesis