Miguel, MartaMosca, Catarina Matos2025-12-032025-12-032025-10-27http://hdl.handle.net/10400.12/13697Dissertação de Mestrado apresentada no ISPA – Instituto Universitário para obtenção de grau de Mestre na especialidade de Psicologia Clínica.Os julgamentos percebidos sobre as habilidades parentais têm a capacidade de influenciar o desempenho nas tarefas parentais, as respostas de cuidado e a qualidade das interações entre pais e filhos. A perceção de autoeficácia materna encontra-se fortemente associada às experiências na infância da própria mãe e influencia não só o bem-estar psicológico da mesma como ainda o desenvolvimento da criança. Adicionalmente, o período pós-parto é uma fase vulnerável na qual as consequências do trauma podem ser transmitidas intergeracionalmente. O presente estudo pretende contribuir para a compreensão da relação entre as experiencias traumáticas durante a infância, a perceção de autoeficácia materna e a saúde mental durante o puerpério. Recorreu-se a uma amostra de 106 mães portuguesas com até 12 meses pós-parto. Os dados foram recolhidos em inquérito por questionário em formulário online composto por um questionário de caraterização sociodemográfica e pelos seguintes instrumentos de medida: Questionários de Trauma na Infância (CTQ-SF), Escala de Autoeficácia Materna Percebida (PMPS-E) e Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS). Os resultados evidenciaram uma correlação negativa entre o trauma e a perceção de autoeficácia materna, bem como entre a autoeficácia materna e a sintomatologia psicológica, e uma correlação positiva entre o trauma e a sintomatologia psicológica. Os resultados sugerem, ainda, que a autoeficácia materna pode ser influenciada pela estrutura familiar, no entanto o mesmo não se verificou consoante a paridade, rendimento ou escolaridade. A presente amostra evidenciou também que complicações durante a gestação ou parto refletem níveis mais elevados de sintomatologia psicológica, nomeadamente ansiedade, depressão e stress, enquanto o tipo de parto não apresentou resultados estatisticamente significativos face a esta variável.Perceived judgments about parenting skills have the ability to influence performance on parenting tasks, caregiving responsiveness, and the quality of parent-child interactions. Maternal self-efficacy is strongly associated with the mother's own childhood experiences and influences not only the mother's psychological well-being but also the child's development. Furthermore, the postpartum period is a vulnerable phase, marked by emotional and physical challenges in which the consequences of childhood trauma can be transmitted intergenerationally. Therefore the present study aims to contribute to understanding the relationship between traumatic experiences during childhood, maternal self-efficacy perceptions and mental health during the postpartum period. A sample of 106 Portuguese mothers up to 12 months postpartum was used. Data were collected through an online questionnaire consisting of a sociodemographic questionnaire and the following measurement instruments: Childhood Trauma Questionnaire (CTQ-SF), Perceived Maternal Parenting Self-efficacy Scale (PMPS-E) and the Anxiety, Depression and Stress Scale (EADS-21). The results revealed a negative correlation between trauma and the perception of maternal self-efficacy and psychological symptoms, and a positive correlation between trauma and psychological symptoms. The results also suggest that maternal self-efficacy may be influenced by family structure, but this was not the case for parity, income or education. This sample also showed that complications during pregnancy or childbirth reflect higher levels of psychological symptoms, namely anxiety, depression and stress, while the type of delivery did not show statistically significant results regarding this variable.porTrauma na infânciaAutoeficácia maternaSaúde mentalPós-partoChildhood traumaMaternal self-efficacyMental healthPostpartummaster thesis204060206