Pires, Teresa Cortez Pereira Bento2013-07-102013-07-102012http://hdl.handle.net/10400.12/2292Dissertação de Mestrado em Psicologia ClínicaAlgumas teorias convencionais da Psicanálise acerca da mulher têm sido criticadas por serem determinadas por ideologias patriarcais e inadequadas à realidade psíquica das mulheres, recebendo também pouco apoio empírico tanto da Psicologia como de outras áreas. Tendo como base estas teorias psicanalíticas, procurava explorar-se o quanto psicólogos e estudantes de Psicologia concordavam com as mesmas e se tal se encontrava relacionado com aspetos da sua representação pessoal das mulheres. Foi aplicado um questionário com dois instrumentos desenvolvidos para este estudo (a Escala de Concordância com as Teorias Psicanalíticas acerca da Mulher e o Teste Semiprojetivo da Representação da Mulher) a uma amostra de conveniência de 101 Psicólogos e estudantes de 4º ou 5º ano de Psicologia (85 mulheres; média de idades de 27,2 anos). Existiu uma grande variabilidade entre sujeitos no acordo com as teorias psicanalíticas. Este surgiu mais ligado a variáveis pessoais (i.e., maior acordo em homens e sujeitos mais jovens) do que profissionais (i.e., modelo teórico, área). Um maior acordo relacionou-se com diversos aspetos da representação das mulheres: a uma representação menos vaga e mais precisa da mulher; a um maior foco no próprio como referência para a apreensão da mulher; a mais respostas narcísicas; a mais conteúdos morais e de aparência/sexualizados. Encontraram-se diferenças de sexo, idade, modelo teórico e área na representação pessoal da mulher. Estes resultados questionam o valor objetivo e universalizável das teorias psicanalíticas acerca da mulher, já que estas parecem estar consideravelmente relacionadas com um envolvimento pessoal, o que tem implicações na prática clínica. ------- ABSTRACT ------- A number of the conventional psychoanalytical theories about women have been criticized for being determined by patriarchal ideologies and inadequate to the psychic reality of women. They have also received limited empirical support from Psychology and other areas. Based on these psychoanalytical theories, we aimed to explore the extent in which psychologists and Psychology students agreed with them and if that agreement was related to aspects of their personal representation of women. A questionnaire containing two instruments developed for this study (ECTPM scale and TRIC semi-projective test) was administered to a convenience sample of 101 psychologists and 4th and 5th year Psychology students. It was found a considerable variability between subjects concerning the agreement with psychoanalytical theories. This agreement was more related to personal variables (i.e., it was higher in men and in younger subjects) than to professional variables (i.e., model, area). A higher agreement was related with several aspects of the representation of women: a less vague and more precise representation of women; a higher self-focus as reference for the perception of women; a higher amount of narcissistic answers; a higher amount of moral and appearance/sexual contents. There were differences in the representation according to gender, age, model and area of Psychology. These results question the objective and universalized value of these theories about women, since they seem to be considerably related to a personal involvement, which has practical implications.porPsicanáliseMulherTeorias psicanalíticasFemininoGéneroPsychoanalysisWomanPsychoanalytic theoriesFemininityGenderA mulher na psicanálise: Estudo exploratóriomaster thesis