Colaço, Nuno Miguel Rosa Valente2011-02-112011-02-112005http://hdl.handle.net/10400.12/438Dissertação de Mestrado em Psicopatologia e Psicologia ClínicaSabendo que, ao nível periférico, as dimensões físicas da cor são processadas por canais especializados (Bartels & Zeki, 1998; Zeki et al., 1998; Zeki, 2001) e que o envelhecimento conduz à degradação do processamento visual de matizes de comprimentos de onda curtos (Cárter, 1982; Gilbert, 1957; Ordy, Brizzee & Johnson, 1982), procurou-se apreciar acerca dos efeitos do envelhecimento na modularidade da percepção da cor. Para tal, desenvolveram-se dois estudos. Um primeiro, enquadrado na Teoria de Detecção de Sinal (MacMillan & Creelman, 1991), debruçou-se sobre a equivalência funcional de duas dimensões físicas da cor, a saturação e o brilho. Desenvolveu-se uma tarefa de equalização de brilho e saturação, e uma outra de escolha mesmo/diferente. Isto foi levado a cabo junto de uma amostra de quatro jovens-adultos (leque etário: 21-24 anos) e quatro idosos (leque etário: 81-95 anos). Os resultados sugeriram a possibilidade de existir uma equivalência funcional entre estas dimensões da cor. No segundo estudo, procurou saber-se quais os efeitos do envelhecimento na percepção da cor, nomeadamente o relacionado com os estádios pré-atentivos da análise visual, recorrendo ao paradigma de busca visual (Treisman, 1986, 1993; Wolfe, 1998). Exploraram-se potenciais assimetrias funcionais entre a matiz amarelo (que perifericamente se mantém com o envelhecimento) e a matiz azul (matiz que se degrada com a idade) num grupo de 15 jovens-adultos (M = 24 anos; leque etário: 21-26) e de 14 idosos (M = 85 anos; leque etário: 82-90). Os resultados mostraram a existência de um processamento igualmente automático e modular da percepção da cor em ambos os grupos e para ambas as matizes. No entanto, emergiu um efeito inesperado no factor alvo presente/alvo ausente, aumentando claramente, no grupo de idosos, o tempo necessário para fornecer a resposta "alvo presente". Estaria a ocorrer uma interferência ao nível do filtro atenuante, devido à competição entre os sinais provenientes da busca visual de matizes processadas pelo mesmo canal especializado em pares oponentes (azul vs. amarelo), ou devido à relação assimétrica entre número de alvos e de distractores? Para testar estas hipóteses desenvolveram-se duas tarefas. Uma que utilizou matizes que são processadas por diferentes canais especializados em pares de oponentes (vermelho vs. azul). Outra, onde com a matiz azul e a matiz amarelo se equalizou o número de alvos e de distractores e, ainda, onde se aumentou o número de alvos face ao número de distractores. Ambas as tarefas foram realizadas junto de um grupo de 15 idosos (M=83 anos; leque etário: 80-86). Os resultados mostraram que a interferência ocorrida se deveu à competição entre sinais cromáticos activados e não atenuados por parte do filtro atenuante (Treisman, Kahneman, & BurkelL, 1983). Acresce-se que com o número de alvos igual ao número de distractores, tanto para a matiz azul como para a matiz amarelo, parece que existiu um limiar de contraste entre os tempos de resposta para "alvo presente" e "alvo ausente" em resultado de um efeito de contexto (densidade/numerosidade do cenário). Sugere-se, finalmente, a continuidade desta série experimental, por forma a confirmar cabalmente estes resultados, e reflecte-se acerca da importância da investigação dos efeitos do envelhecimento na percepção.porPsicologia clínicaEnvelhecimentoPercepção visualPercepção de côrDesenvolvimentoAtençãoCogniçãoClinical psychologyAgingVisual perceptionColor perceptionDevelopmentAttentionCognitionModularidade da percepção da cor na mente em envelhecimentomaster thesis