Machado, Maria Fátima Vieira2011-07-122011-07-122002http://hdl.handle.net/10400.12/619Dissertação de Mestrado em Comportamento OrganizacionalEste estudo tem como finalidade analisar o tipo de Cultura Organizacional percepcionado pelos Operadores, Administrativos e Chefias Operacionais, das Unidades Operacionais (Logística Não Alimentar1) da Modis, S.A., e a sua relação com a Produtividade. Pretende-se determinar a existência de indicadores que não devem ser esquecidos sobre o papel da Cultura Organizacional e da sua relação com a Produtividade. Procurámos determinar se a Cultura é um atributo intrínseco de cada indivíduo ou, por outro lado, se é um atributo do grupo, isto é, colectivo. Investigámos sobre a percepção que os indivíduos possuem sobre a Cultura, em todas as Unidades Operacionais, se é uniforme e homogénea. Tentámos entender se os indivíduos, ao se transferirem de uma empresa para outra, mantêm a sua identidade cultural original ou. se pelo contrário, são assimilados pela "nova" Cultura. Como corolário, procurámos conhecer os efeitos da Cultura, das suas variações e manifestações, sobre a Produtividade. A investigação foi elaborada com base no modelo teórico dos valores contrastantes de Quinn et al (1983 e 1985), que em 1998 foi adaptado por Cameron e Quinn para situações de mudança de Cultura Organizacional. Este modelo permite identificar quatro tipos de cultura organizacional (Clã, Adocrática, Hierárquica e de Mercado) que serviram de referenciai teórico à elaboração do questionário (Anexo A), utilizado neste estudo. Seleccionámos para o nosso estudo todas as unidades operacionais da "logística não alimentar", constituindo os seus Operadores, Administrativos e Chefias Operacionais o nosso universo alvo (528). O inquérito obteve um retorno de 374 questionários, correspondendo a uma taxa de resposta de 71%. Nesta análise, para além da cultura organizacional, incluíram-se os seguintes factores: o local de trabalho, a função desempenhada, o horário de trabalho realizado, o sexo, a idade, e o nível de habilitações literárias. Após a realização de vários testes, concluiu-se que o modelo teórico era o adequado para o estudo em questão. Os resultados obtidos, quanto à cultura predominante, mostram que os indivíduos oriundos do operador logístico, passaram de uma percepção de cultura de "Clã" para uma cultura "Hierárquica"; os indivíduos, que sempre pertenceram à empresa actual, passaram de uma cultura percepcionada de "Mercado" para uma cultura "Hierárquica". Embora a cultura "Hierárquica" seja predominante, a diferença entre esta e a cultura de "Mercado" não é significativa. Verifica-se que existem diferenças significativas ao nível da produtividade, desde há três anos atrás, até ao momento actual. O mesmo se aplica aos tipos de cultura predominante: existem diferenças significativas entre a cultura percepcionada há 3 anos atrás e a percepcionada actualmente. Os resultados obtidos parecem apontar para o facto de uma mudança de cultura induzir a um aumento de produtividade. A ideia deste tema de dissertação teve como fonte de inspiração os estudos realizados em empresas americanas e japonesas, onde se procurava estabelecer uma relação entre tipo de cultura e produtividade. Embora a realidade portuguesa já tivesse sido objecto de estudo na área da Cultura Organizacional, o tema da relação entre tipo de cultura e produtividade tem estado, em geral, ausente. Julgo que esta dissertação contribui, de forma singela, para uma melhor consciencialização desta questão para a realidade nacional. Possa assim este estudo constituir um contributo para um melhor conhecimento e comparabilidade do impacto das "nossas culturas organizacionais" na eficiência e eficácia das "nossas organizações nacionais". Possa este estudo contribuir para nos conhecermos melhor a nós próprios, enquanto indivíduos, grupos e organizações.porInfluência da cultura empresarial na produtividade das organizaçõesmaster thesis