Neto, David DiasVicente, Tomás Alexandre Marques2025-10-202025-10-202025-09-12http://hdl.handle.net/10400.12/13637Dissertação de Mestrado apresentada no Ispa – Instituto Universitário para obtenção de grau de Mestre na especialidade de Psicologia ClínicaApesar de ser consistentemente reconhecida como um dos preditores mais robustos da eficácia terapêutica, a compreensão da relação terapêutica na literatura tem-se mantido limitada, originando diferentes equívocos. Em resposta, têm sido propostos diversos enquadramentos teóricos com o intuito de clarificar esta relação e os seus componentes, destacando-se a relação real, a aliança terapêutica e a vinculação ao terapeuta como elementos fundamentais. O presente estudo procurou aprofundar esta compreensão ao investigar a interação entre estas variáveis através de um modelo de mediação, no qual a relação real medeia a influência da vinculação ao terapeuta na aliança terapêutica. Recorreu-se a um desenho transversal, com uma amostra de 373 adultos que se encontravam atualmente em psicoterapia individual ou que a haviam concluído. Foi realizada uma path analysis para testar o modelo proposto. Os resultados revelaram efeitos indiretos significativos dos três estilos de vinculação — seguro, evitante e preocupado — na aliança terapêutica, mediados pela relação real. Especificamente, a relação real funcionou como mediadora parcial no caso da vinculação segura e como mediadora total nos casos de vinculação evitante e preocupada. Estes resultados sublinham o papel central da relação real na tradução da influência dos estilos de vinculação do cliente na qualidade da aliança terapêutica. Evidenciam ainda a importância de promover uma ligação genuína e autêntica na díade terapêutica e sugerem que diferentes configurações de apego podem depender da relação real em graus distintos na formação da aliança. O estudo reforça a necessidade de modelos teóricos e práticas clínicas mais diferenciadas que considerem a natureza dinâmica do vínculo terapêutico. Palavras-chave:Despite being consistently recognized as one of the most robust predictors of therapeutic efficacy, the understanding of the therapeutic relationship in the literature has remained limited, leading to several misconceptions. In response, various frameworks have been proposed to further define this relationship and its components, with the real relationship, therapeutic alliance, and attachment to therapist emerging as key elements. The present study aimed to deepen this understanding by investigating the interplay between these variables through a mediation model, wherein the real relationship mediates the influence of client attachment to the therapist on the therapeutic alliance. A cross-sectional design was employed, involving 373 adult clients who were either currently in individual therapy or had completed it. Path analysis was conducted to examine the proposed model. Results revealed significant indirect effects of all three attachment styles—secure, avoidant, and preoccupied—on the therapeutic alliance through the real relationship. Specifically, the real relationship functioned as a partial mediator for secure attachment and as a complete mediator for both avoidant and preoccupied attachment. These findings underscore the role of the real relationship in translating the influence of client attachment styles into the quality of the therapeutic alliance. The results highlight the importance of fostering genuine, authentic connections in the therapeutic dyad and suggest that different attachment configurations may rely on the real relationship to varying degrees in shaping the alliance. This study supports the need for nuanced models and clinical practices that account for the dynamic nature of therapeutic engagement.engRelação terapêuticaRelação realAliança terapêuticaVinculação ao terapeutaTherapeutic relationshipReal relationshipTherapeutic allianceAttachment to therapistmaster thesis204018021