Rocha, Ana Margarida Alves2011-09-152011-09-152007http://hdl.handle.net/10400.12/859Dissertação de Mestrado em Psicologia da Gravidez e da ParentalidadeA assumpção generalizada e da Organização Mundial de Saúde (OMS) da imprescindibilidade da amamentação durante os primeiros seis meses de vida da criança não é confirmada pela literatura, uma vez que toda a empíria disponível se centra em efeitos benéficos muito particulares do aleitamento materno. Esta investigação tem como objectivo avaliar se a prática da amamentação decorre de uma crença de saúde ou dos seus benefícios reais para a saúde e bem-estar das crianças. O estudo, de carácter comparativo e correlacionai, assenta na análise de conteúdo de 300 fichas clínicas de crianças de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os zero e cinco anos, facultadas por diferentes pediatras que se disponibilizaram a participar no estudo. Foi construída uma grelha de análise onde consta informação global da criança, as características do aleitamento e um instrumento de avaliação da saúde geral, do desenvolvimento e das alterações comportamentais das crianças. De acordo com os resultados obtidos, para a variável tipo de alimentação não se observam diferenças estatisticamente significativas ao nível da classificação da saúde, do desenvolvimento psicomotor e evolução estaturo-ponderal e ainda das alterações comportamentais (parasómias, perturbações alimentares, perturbações do comportamento, perturbações da linguagem e dificuldades na adaptação social) (p < 0.05). Dos outros aspectos relacionados com a saúde (ocorrência de internamentos, consultas de especialidade e/ou terapias e intervenções cirúrgicas), apenas se observa significância estatística ao nível da ocorrência de internamentos {X2 (2) = 6.390; p = 0.039; N = 300). No caso da variável duração do tipo de alimentação, também só se verifica a existência de uma associação estatisticamente significativa na ocorrência de internamentos, mas só para o leite materno (V = 0.240; p = 0.023; N = 194). Assim sendo, parece não existir uma correlação estatisticamente significativa entre o aleitamento materno e a saúde e bem-estar gerais das crianças, constituindo-se antes como uma crença de saúde, decorrente dos seus benefícios percebidos, mais do que dos benefícios reais. Palavras-chave: aleitamento materno; saúde; desenvolvimento; crenças de saúdeporPsicologia clínicaPsicologia da saúdeGravidezAleitamentoDesenvolvimentoCrenças de saúdeBem-estarSaúdeClinical psychologyHealth psychologyPregnancyBreast-feedingDevelopmentHealth beliefsWell-beingHealthO impacto do aleitamento materno no bem-estar e saúde geral da criançamaster thesis