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Esta dissertação é um estudo sobre as preferências, atitudes e performance em cálculo mental, de alunos do 4º e do 6º ano de escolaridade, bem como de identificação das estratégias de cálculo mental adoptadas pelos alunos de 4º ano.
Este estudo surge na linha de um trabalho realizado por Reys e Reys em 1993, Mental computation performance and strategy use of japanese students in grades 2, 4, 6 and 8, que teve como objectivo caracterizar os alunos japoneses em cálculo mental e assim entender as principais diferenças no desempenho em cálculo relativamente aos alunos americanos.
Reys e Reys (1998) acreditam que, enquanto professores de matemática, o mais importante é ajudar os alunos a entender a matemática. Como tal, é necessário que continuamente revejam os objectivos da instrução e dos métodos, bem como o currículo.
Griffin (2003) considera que o entendimento acerca das estruturas conceptuais é importante para o ensino do sentido de número a todos os alunos.
O sentido de número segundo McIntosh, Reys e Reys (1992) aponta para o geral entendimento dos números e das operações, bem como para a habilidade de usar esse conhecimento de formas flexíveis para operar situações numéricas.
Varol e Faran (2007) referem que o cálculo mental, contrariamente ao cálculo de papel e lápis, é o processo de realizar operações aritméticas sem utilizar dispositivos externos, como a caneta, o papel e calculadora. Este processo desempenha um papel fundamental no ensino das crianças de como os números funcionam.
Neste sentido, Herirdsfield (2000;2004) considera que o valor do cálculo mental é promover compreensão e flexibilidade em números e operações, ou seja, desenvolver o sentido de número.
Segundo Moreover, Kamii, Lewis e Jones (1991) é recomendado que sejam as crianças a construir, por elas próprias, as estratégias de cálculo, já que dessa forma
poderão entender melhor os procedimentos se lhes for permitida a construção de procedimentos de acordo com o seu pensamento natural.
Kamii (1997) indica que actualmente se deve parar de ensinar os algoritmos de papel e lápis e sim, encorajar as crianças a realizar operações mentais necessárias para o desenvolvimento do número.
O presente estudo é descritivo, tendo envolvido uma amostra de 74 alunos de 4º ano e 88 alunos de 6º ano, que frequentavam escolas de uma cidade da área dita como Margem Sul do Tejo. A amostragem das escolas foi de conveniência e as idades dos alunos variaram entre os 9 e os 15 anos.
Os instrumentos utilizados foram um questionário para a amostra de 4º ano e outro para 6º ano, sobre as preferências dos alunos em relação a este tipo de cálculo; um questionário acerca das atitudes dos participantes relativamente ao cálculo em geral, igual para todos os participantes; um teste de cálculo mental para se avaliar a performance dos alunos, tendo sido metade dos itens apresentados visualmente e os restantes oralmente, sem suporte o visual; e, por fim, uma entrevista realizada somente a 10 aluno do 4º ano, com o fim de identificar estratégias de cálculo mental.
A análise dos resultados dos questionários e do teste de cálculo mental foi realizada através de análise estatística e os resultados das entrevistas através de análise de conteúdo.
Verificou-se que os alunos revelam melhores resultados quando têm a oportunidade de visualizar a questão de cálculo mental, tanto os alunos de 4º como os de 6º ano revelam maiores dificuldades em itens envolvendo fraccionários e decimais.
O estudo termina com a exposição de ideias para futuras investigações, relacionadas com o cálculo mental. Será que se devem ensinar estratégias de cálculo aos alunos, ou deverá ser proporcionada a liberdade para que eles construam as suas próprias estratégias?
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Dissertação de Mestrado apresentada ao ISPA - Instituto Universitário